Olá
leitores! Como prometido escrevo a vocês um roteiro para desbravar o Maranhão.
Vou comentar os hotéis, passeios, e claro os restaurantes que frequentei nessa
viagem. Começo nossa aventura pela “porta” do Maranhão, o aeroporto de São
Luís. É um aeroporto pequeno, o saguão é pititico mesmo, e possuem algumas
lojas mais conhecidas como Subway (24h), A Casa do Pão de Queijo, quiosque do
Bob´s e duas livrarias Leituras. Os preços não são tão abusivos como os
cobrados em aeroportos como os de SP, RJ e DF.
Chegamos
em SL 02:10 da manhã e ficamos aguardando até às 05:30h o transporte para
Barreirinhas. 05:30 em ponto a van da Fanttur* chegou e seguimos viagem para
Barreirinhas. A saída de SL é infelizmente bem descuidada, não espere grandes
coisas. Passamos na frente do presídio de Pedrinhas e percebemos o descaso que
o estado do Maranhão vive. Umas 07:30h paramos por uns 20 minutos no
restaurante Pedra Grande para tomar café – R$10 p/ pessoa com buffet
liberado.
O
caminho até Barreirinhas é lindo, cheio de riozinhos que cortam a paisagem, e
casas com telhados de buriti. O problema é o contraste da pobreza e do descaso
com os habitantes das vilas com a belíssima paisagem natural. Chegamos mais ou
menos umas 09:20h em Barreirinhas. O moço da van nos deixou na rua onde
pegaríamos uma Toyota para seguir para Atins. Tempo total de viagem:
aproximadamente quatro horas – R$45 p/ pessoa.
Perdemos
a Toyota de 09:00h por questão de minutos, e tivemos que aguardar até 12:30h
para pegar a próxima. Enquanto esperávamos ficamos andando pela cidade,
conhecemos o cais e algumas lojinhas de artesanato e já agendamos nossos
passeios de Barreirinhas (depois de voltar de Atins). Às 12:30h saímos de
Barreirinhas e mal sabíamos o que nos esperava... começava a “aventura”.
Atravessamos
a balsa do Rio Preguiça e após uns 20 minutos de trilha a Toyota quebrou, pois
entrou água no eixo (bem depois de atravessamos uma poça bem funda). O moço que
estava com a gente começou a nos explicar que por causa das chuvas o rio que
passa pelo caminho que atravessa a estrada de Atins estava muito cheio e estava
tudo alagado. E agora? Não dava mais para voltar para Barreirinhas..o jeito era
seguir em frente! Após uns 40 minutos os meninos que estavam dirigindo a Toyota
conseguiram arrumar o eixo e seguimos viagem.
15
minutos e muitos “pequenos riachos” para atravessar depois, a Toyota que seguia
junto conosco quebrou também! Ai papai! Paramos de novo por causa de problemas
no radiador... dessa vez foi mais rápido, uns 20 minutos. E lá vamos nós
novamente... Era tanta água, mas tanta água que chegava a lavar nossos pés, e
olha que a caminhonete era bem alta! Lá pelas 16:00 horas nossa Toyota quebrou
de vez! Tínhamos um rio bem a nossa frente para atravessar... bom, o jeito foi colocar
a mala na cabeça e atravessar a pé mesmo, a água passou da minha cintura...!
Penduramos (no sentido literal) nossas malas na outra Toyota já lotada e nos
esprememos para caber. E lá vamos nós... A fome nesta hora já estava
indescritível...eu só pensava, porque não comi mais uma tapioca naquele café da
manhã..?! Bem, mas não deu 15 minutos de trilha e nós, quase chegando em Atins
(faltavam uns 20 minutos de trilha), atolamos em um pedaço bem alagado próximo
a casa de farinha de um povoado. E aí?! Deeeeesce todo mundo e tira tudo da
Toyota, todos os homens empurram e mulheres tiram as coisas. Nesse momento a
situação já estava tão desesperadora que eu só fazia era rir mesmo. E a chuva
só aumentava, quando de repente apareceu uma senhora muito simpática, chamada
Zezé, que nos convidou para entrar em sua humilde casa. Uma casa simples, de
pescadores, que praticamente só tinha redes, mas que com certeza era lotada de
muito amor e humildade com o próximo. Ela nos recebeu com tanto afeto que nem
consigo explicar, nos ofereceu café, arrumou um local para sentarmos e ligou
(se nem mesmo pedirmos) para o dono da pousada que ficaríamos para que ele nos
buscasse com sua Toyota. Pois bem, o “Irmão” – apelido do dono da Pousada do
Irmão chegou depois de uns 20 minutos e nos “resgatou”. Nos despedimos do
pessoal e da Zezé com muita gratidão. Atravessamos o igarapé e a água bateu no
vidro da Toyota...o que importa é que passamos! Conclusão, demoramos 6 horas em
um viagem de demora 1:30..2:00h no máximo. Mas como tudo na vida tem o seu lado
bom, ganhamos uma aventura grátis, conhecemos a população local e a fabricação
artesanal de farinha de mandioca na casa da Zezé... Perdemos um dia de passeio
em Atins, mas ganhamos uma experiência para a vida toda na estrada.
Com
a fome e o corpo já pedindo arrego pedimos a janta na Pousada do Irmão**.
Pagamos R$ 18 reais por um prato individual, porém muito bem servido de arroz,
feijão branco, postas de peixe frita e salada com adicional de uma salada
grande (R$8), duas tapiocas (R$4) e dois sucos (R$8). O feijão e o peixe
estavam deliciosos...recomendo! Para quem for ficar em Atins, o restaurante da
Pousada é aberto ao público e possui preços bem acessíveis. Total: R$ 38 p/
duas pessoas comerem bem e um alívio de finalmente colocar algo delicioso no
estômago.
No
dia seguinte levantamos cedo para procurar um guia para ir até o Canto do Atins
e para tomar um café reforçado. O café da manhã da pousada é simples, pois o
acesso é tão complicado que você não encontrará grandes luxos como cafés
gigantescos e cheios de frescurites. Por mais simples que seja o café sustenta,
pois servem frutas, um tipo de pão de sal, manteiga, um tipo de bolo, tapioca
com manteiga (muito gostosa por sinal!), ovo mexido, um tipo de suco, chá, café
e leite.
Uma
dica importante. Se for fazer trilha a pé com guia coma sem dó! Esqueça o
regime... a caminhada é longa (quase 3h embaixo de sol quente subindo e
descendo duna) até o restaurante mais próximo dos lençóis que é no Canto do
Atins.
Conseguimos
um guia pedindo informações para os locais. Quando estiver lá pesquise um pouco
os preços, pois na pousada queriam quase cobrar o dobro do que pagamos por um guia.
O nome do guia é Chico (pergunte por ele que lhe mostraram onde é sua casa e
como encontrá-lo). Além de passeios a pé ele também oferece passeios com
cavalos e faz a travessia de três dias até Santo Amaro. Pagamos $30 p/ pessoa
para que nos levasse até o Canto do Atins (com parada no restaurante do Antônio
– almoço não incluso). Saímos um pouco tarde (por volta de 10:30h). Isso acabou
atrasando um pouco o passeio, mas nada tão grave assim. Conseguimos uma carona
até quase o pé da duna, e só nisso deixamos de caminhar por meia hora (eita
sorte!).
O
passeio é maravilhoso - para quem gosta de ficar em contato direto com o meio
ambiente e ao ar livre. Dá para ver de perto e de forma mais lenta do que de
dentro de um carro. Você tem vista das belas lagoas, e da praia de Atins bem ao
fundo. É inexplicável de tão bom! Demoramos mais ou menos duas horas para
chegar até o restaurante do Antônio, pois paramos para nos refrescar em uma
lagoa. Abuse do protetor solar (sério!), o sol de lá é muito quente, e piora
muito por refletir na areia branca. Como sou muito branca passei de 20 em 20
minutos e tive que colocar uma toalha nas costas e na cabeça em um certo
momento da caminhada. Indico comprar aquelas camisetas de manga comprida
fresquinha que os corredores usam (ajuda demais a não pegar uma insolação!).
Finalmente
chegamos ao restaurante do Antônio, já bem ansiosos pelo famoso camarão
grelhado na brasa com molho secreto. Como viajei em baixa temporada encontrei
os lençóis e o restaurante só para mim...quase que passeio vip (rs). Fizemos o
pedido, meia porção de camarão grelhado e meia porção de filé de peixe grelhado
(sugestão do guia Chico), e enquanto aguardava tirei a areia em uma ducha com
água bem gelada para espantar o calor. Quando o prato chegou meu coração quase
pula de tanta felicidade. Comida linda, muito bem servida e bem temperada. R$
60 p/ duas pessoas comerem muito bem! Valeu cada passo no sol quente para
chegar a esse restaurante. Esse passeio, com parada estratégica para almoçar ou
jantar, no restaurante do Antônio é imperdível.
Com a
barriga cheia, deitamos um pouco na rede e ficamos lá jogando conversa fora com
o nosso guia gente boa por mais ou menos uma hora. Pagamos a conta e pegamos
novamente o caminho das dunas, dessa vez fazendo um “arrodeio” para conhecermos
mais algumas lagoas e voltarmos para Atins beirando a praia.
Chegamos
umas 17:50h, exaustos...mas muito satisfeitos! Depois de tomar banho cai na
cama e acordei só para o café da manhã seguinte.
Ficamos
na Pousada do Irmão, é uma das mais movimentadas de Atins. Oferecem passeios, restaurante
aberto ao público e quartos com TV e ar condicionado (acredite..o Maranhão é
muito quente! Um ar condicionado para dormir bem é um item de luxo necessário
na região). Os quartos são confortáveis, com detalhes em madeira e mosquiteiro
nas janelas. Esqueça a água quente, lá nenhuma pousada possui essa mordomia,
mas como o clima é super quente, o banho gelado acaba tornando-se agradável. Pagamos
R$160 na diária para quarto duplo com ar e TV (baixa temporada). Os outros
apartamentos sem ar saiam pela faixa de R$125 a R$140. O dono (Irmão) é
bastante atencioso e nos deu carona para vários lugares. Só tome cuidado ao
comprar pacotes da sua pousada, pesquise um pouco primeiro antes de fechar
negócio por lá..os preços podem ser um pouco abusivos em algumas
circunstâncias.
Acordamos
um pouco tarde, então tomamos um café rápido e demos um pulinho na praia de
Atins – famosa pela prática de kitesurfing. Demoramos uns 6 minutos para chegar
seguindo por umas ruazinhas de areia alagadas. A praia estava deserta e a maré
baixa formava uma lagoa natural sem ondas - muito extensa, rasa e quentinha,
perfeita para banho. Curtimos um pouco por lá, tiramos algumas fotos e voltamos
para arrumar nossas coisas para partir para Barreirinhas.
Uma
outra dia essencial é a de que em Atins tudo é pago com dinheiro. Lá não
aceitam cartão, e muito menos tem sinal de celular ou internet. O único
telefone é o da Pousada mesmo... Por isso, ao viajar para lá, saque dinheiro
suficiente para pagar a hospedagem, alimentação e passeios. Como tivemos muitas
dificuldades para chegar de Toyota, e como todas as linhas por terra estavam
interrompidas por causa da enchente, resolvemos pagar um pouquinho mais e
voltar para Barreirinhas de barco motorizado (lá eles chamam de Voadeira). Custou
R$50 p/ pessoa, com duração de 1h até Barreirinhas. Além de ser mais rápido, o
trajeto de volta foi um verdadeiro passeio turístico, pois além da paisagem ser
belíssima, conseguimos avistar o Farol de Mandacaru, algumas vilas de
pescadores e a praia de Caburé.
*Fanttur:
Contato:
- E-mail: fanttur.turismo@hotmail.com
- Telefones: 55 (98) 3082
3300/ 55 (98) 8876 1610
**
Pousada do Irmão:
Páginas
sobre a pousada: http://www.booking.com/hotel/br/pousadairmao-atins.pt-br.html
Contato:
Telefones: (098) 3349-5013 / 8864-4288 (oi)
/ 8822-5820(oi) / 91816629(vivo) / 8195-5314 (tim)
Obs: reserva dos quartos com ar só por meio de e-mail direto e pagamento antecipado de 50% da diária. Nos sites como o booking este quarto não está disponível.
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